A irmã Barbara Osmyk-Urban, uma mãe solteira que vive em Rzeszów, na Polónia, usou a adoração em família para ensinar sobre hospitalidade e empatia aos seus filhos, Jakub, de dez anos, e Nina, de oito. A família pôs em prática as lições que aprendeu. Desde que a guerra começou na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, eles já acolheram na sua casa mais de 20 irmãos e irmãs refugiados.

À medida que os nossos irmãos da Ucrânia fogem do país devastado pela guerra e procuram áreas mais seguras, as Testemunhas de Jeová na Polónia e em outros países estão a acolhê-los em casa ou a oferecer-se para ajudar de outras formas. Até agora, pelo menos 11 000 Testemunhas de Jeová fugiram da Ucrânia para a Polónia. Durante o conflito, os homens ucranianos com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos não estão autorizados a sair do país, salvo algumas exceções. Por exemplo, os homens que têm, no mínimo, três filhos menores têm autorização para o fazer.

“Estes refugiados da Ucrânia são a nossa família espiritual”, afirma Barbara. Os seus filhos sentem o mesmo amor pelos irmãos e irmãs que ficaram na casa deles. Jakub e Nina abdicaram voluntariamente dos seus quartos e deram-nos aos irmãos. Apesar de não conseguirem falar a língua uns dos outros, eles comunicavam através de sorrisos, abraços e lágrimas. Quando, por fim, os refugiados se foram embora, Jakub até disse que a casa estava demasiado silenciosa e perguntou à mãe se podiam receber mais irmãos.

Os irmãos Łukasz Cholewiński e Rafał Jankowski voluntariaram-se para transportar ajuda humanitária para a Ucrânia. Os irmãos dizem que, nos postos fronteiriços, é comum verem uma massa de mulheres e crianças a chorar e a soluçar, enquanto esperam para atravessar a fronteira e encontrar alguma segurança. O irmão Łukasz conta: “O que é incrível é que, quando encontramos os nossos irmãos e irmãs, eles estão alegres.”

A viagem de ida e volta à Ucrânia pode demorar até quatro horas. Assim que a ajuda chega, os irmãos na Ucrânia distribuem os bens de primeira necessidade por todo o país. Apesar dos perigos, não faltam voluntários, sejam irmãos ou irmãs, para fazerem estas viagens à Ucrânia. “Poder ajudar é uma grande honra e um privilégio”, diz Rafał.

A irmã Elżbieta Ustrzycka, que vive em Rzeszów, descreve como se sentiu ao receber irmãos ucranianos na sua casa: “Senti um grande amor e gratidão pelos anciãos da minha congregação quando eles, à meia-noite, com as crianças ao colo, trouxeram aquelas famílias para a minha casa. Esta imagem vai ficar na minha memória durante muito tempo.”

O irmão Bartłomiej Figura é um dos anciãos que está a trabalhar incansavelmente. Ele e a sua esposa, Estera, viajam até à fronteira ou vão às estações de comboios para irem buscar os seus irmãos. Às vezes, eles deixam a sua casa para os irmãos refugiados e mudam-se para outro sítio. Quando podem, dão também ajuda material.

“Nós somos uma família espiritual”, diz Bartłomiej. “Sentimo-nos muito achegados aos irmãos. E, quando nos colocamos à disposição, vemos muitas vezes como Jeová satisfaz as suas necessidades específicas.”

Até à data, os nossos irmãos polacos prepararam pelo menos 23 000 cabazes de ajuda humanitária, que incluem alimentos, produtos de higiene pessoal e outros itens básicos.

Temos a certeza de que Jeová continuará a cuidar das necessidades dos nossos irmãos e irmãs ucranianos, através da generosidade da sua família da fé. — Provérbios 11:24; Romanos 12:13.